Relacionamento abusivo

Identificar que se está vivendo um relacionamento abusivo nem sempre é fácil. A reação mais comum é atribuir o comportamento abusivo ao nervosismo, à ingestão de álcool, aos problemas financeiros ou qualquer outra dificuldade. E...

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Identificar que se está vivendo um relacionamento abusivo nem sempre é fácil. A reação mais comum é atribuir o comportamento abusivo ao nervosismo, à ingestão de álcool, aos problemas financeiros ou qualquer outra dificuldade. E relevar em nome do amor, dos bons momentos, dos filhos. Mas, então, como saber quando estamos em um relacionamento abusivo? Sabemos que esta forma de violência pode acontecer em qualquer tipo de relacionamento, no entanto sua face mais intensa, perniciosa e massivamente presente na sociedade brasileira é a do homem contra a mulher e é dela que iremos falar neste post.

Existem alguns indícios aos quais devemos estar atentos. Os primeiros sinais podem ser os tratamentos e comentários ofensivos dirigidos às mulheres e as tentativas de controle travestidas de cuidado e proteção (“É melhor você não vestir/dizer/fazer isto, as pessoas podem pensar mal!”). A desqualificação pode ocorrer em vários níveis, como por exemplo em relação a aparência, a capacidade ou a inteligência (“Deixa que eu explico/faço! Você devia andar mais arrumada!”). São situações, comportamentos e atitudes muitas vezes vistas como pequenas, sinais de preocupação e amor e até eventualmente, dependendo do contexto, valorizadas.

Em época de quarentena, confinadas em casa, as mulheres que estão em um relacionamento abusivo vivenciam um agravamento da violência, ao mesmo tempo que veem diminuídas as possibilidades de acesso aos meios de denúncia e proteção. Não é difícil imaginar o aumento dos conflitos pelo acirramento das tensões impostas pela pandemia em um contexto de dificuldades financeiras, convivência constante, filhos em casa, abuso de álcool, entre outros. E é certo que ao homem que é abusivo qualquer conflito é disparador para o ato de violência e o aumento da frequência dos mesmos certamente coloca a mulher em situação de maior vulnerabilidade.

Este é o quadro que temos diante das restrições impostas pelo COVID-19. Segundo reportagem a Folha de São Paulo somente no Estado de São Paulo houve um aumento de quase 20% dos pedidos de socorro emitidos de dentro de casa referentes à violência doméstica. É essencial que a sociedade enfrente este problema urgentemente e com soluções criativas. Empresas preocupadas com a questão criaram iniciativas, como o movimento #IsoladasSimSozinhasNão, da Natura. No entanto mais do que nunca cada um deve contribuir com as ações de enfrentamento à violência doméstica, divulgando e participando ativamente. É importante que mais pessoas saibam que os serviços de denúncia e proteção continuam funcionando. Busque essas informações em fontes confiáveis na sua cidade (sites governamentais e do sistema de justiça) e divulgue nas redes sociais (na capital paulista você pode compartilhar este post). Ofereça-se como ponto de apoio para seus vizinhos, família, comunidade. A violência doméstica é um problema de todos nós.

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